Como Era Viver nos Castelos Medievais – Uma Perspectiva NADA Agradável

 

O entretenimento da mídia retratou a vida em um castelo como uma experiência luxuosa, desde que você pertencesse à classe nobre. No entanto, a realidade estava longe de ser tão glamorosa. Castelos eram fortalezas sombrias, úmidas e repletas de odores desagradáveis, infestados por vermes e doenças. Hoje, vamos explorar as nuances da vida em um castelo medieval.


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Para a elite, havia o luxo de desfrutar de vinhos refinados e, ocasionalmente, de um banho quente. Contudo, na maioria das vezes, o conforto e o relaxamento eram escassos, a não ser durante as visitas à igreja ou na cruel tortura de um inimigo até a morte.

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Higiene e Insalubridade em um Castelo Medieval

A questão do saneamento era uma ilusão para os europeus na Idade Média, o que implicava na inexistência de encanamentos e na ausência completa de descargas sanitárias nos banheiros. Os detritos simplesmente se acumulavam em fossas sob os banheiros, transformando, essencialmente, cada castelo em uma latrina gigante.

Imagine essa latrina monumental em pleno dia escaldante de verão. No entanto, o problema não era meramente o odor constante de excrementos que impregnava o ar castelar. A ausência de água corrente também significava a impossibilidade de banhos, exceto para os muito abastados. Como resultado, todos os servos do castelo exalavam o mesmo mau cheiro que o ambiente.

Imagem mostrando tipo de assento vaso sanitário de castelo medieval


Além disso, os servos não tinham recursos para adquirir medicamentos, ao contrário dos senhores e nobres. Isso significava que o cidadão comum em um castelo perambulava pelas instalações, padecendo de doenças intensas e tentando se valer de remédios caseiros ou implorando a Deus por um alívio.

A Privacidade e os Banheiros do Castelo Medieval

Quando se trata de banheiros, a noção de privacidade era praticamente desconhecida nos castelos, a menos que você fosse o proprietário. Portanto, ao buscar acomodar suas necessidades fisiológicas, você se sentava em um banco de madeira longo com diversos orifícios recortados, à vista de amigos, colegas e de qualquer um que passasse pelo local.

Imagem ilustrativa de sistema de latrina e esgoto de um castelo medieval


Vale relembrar que a descarga como a conhecemos hoje não existia. Assim, os resíduos caiam em um poço colossal dentro do castelo. Manter a discrição ao evitar que quaisquer objetos pessoais caíssem nesse poço era um desafio, pois seria o equivalente a arremessá-los em um vulcão séptico.

Servos e Sociedade do Castelo Medeival

Os castelos exigiam uma equipe numerosa de servos apenas para administrar as tarefas do cotidiano, sem mencionar as diversas gerações das famílias do senhor e da dama que habitavam o local, juntamente com seus respectivos servos pessoais. Era como habitar em uma microscópica cidade, todos dedicados a satisfazer as necessidades de uma única família.

As Masmorras do Castelo Medieval

Todos nós já assistimos a uma quantidade suficiente de filmes de fantasia e desenhos animados para sabermos que os castelos tinham masmorras, onde senhores e senhoras podiam confinar criminosos, opositores políticos ou qualquer indivíduo que os ofendesse. O que os filmes frequentemente omitem é o fato de que esses prisioneiros eram frequentemente submetidos a torturas grotescas.

Imagem ilustrativa de um homem sendo torturado com ratos devorando seu abdomem


Uma das práticas populares envolvia deixar o prisioneiro ser consumido vivo por ratos famintos, de dentro para fora. Isso soa como algo terrivelmente interessante de se observar? Além de ser uma manifestação de pura sadismo, a crença comum era que a agonia extrema contribuía para a purificação do indivíduo de seus pecados. Isso conferia uma nova e aterrorizante interpretação à expressão "Isso é para o seu próprio bem".

Imagem ilustrativa de masmorra porão de um castelo medieval


Infestação Persistente de Ratos no Castelo

Lidar com ratos já era um desafio complexo naquela época, imagine então viver em um castelo vasto, sombrio e úmido, sem o auxílio das armadilhas modernas ou controle de pragas. Os ratos infestavam todos os cantos. E, de fato, havia pouco a ser feito a respeito. Era quase como se a infestação ratos fosse um componente normal da vida.

Apesar do tempo, é possível imaginar que as pessoas se acostumassem com a presença dos roedores. Contudo, muitos indivíduos da Idade Média nutriam um medo irracional por eles. Essa aversão não era ajudada pelo fato de que os ratos frequentemente eram usados como instrumentos de tortura ou que, nesse período, carregavam consigo uma peste que dizimou cerca da metade da população europeia.

As Limitações da Higiene e a Comunidade em um Castelo

Nesse ponto, não deveríamos nos surpreender com o apreço dos habitantes dos castelos por bebidas alcoólicas. Afinal, a melhor forma de enfrentar um dia no interior de uma residência superlotada e pútrida, repleta de odores provenientes da tortura com ratos, era com uma caneca de cerveja em mãos.


Imagem foto de pessoas caracterizadas como nobre durante jantar em um castelo medieval


Os senhores e as damas podiam usufruir praticamente do que desejassem beber, incluindo vinhos requintados, cervejas e destilados. No entanto, os servos tinham que contentar-se com o que estava disponível. Na verdade, era mais seguro beber álcool do que água, visto que grande parte da água disponível estava contaminada por bactérias.

A Rotina da Manhã dentro do Castelo

Com tanto consumo de bebidas, é plausível que a maioria dos residentes do castelo demorasse a sair da cama, talvez até o meio-dia. No entanto, para os servos, a realidade era bem diferente, pois precisavam levantar-se assim que o sol surgisse, dado que eletricidade ainda era uma inovação distante.

Imagem de gravura de camponeses trabalhando em colheita


A luz solar tornava-se crucial, uma vez que os castelos eram espaços naturalmente sombrios, mesmo durante o dia. Assim, os servos tinham que aproveitar ao máximo cada momento de luz solar para realizar suas tarefas. Até mesmo aqueles que não trabalhavam diretamente nos castelos tinham que madrugar, caso fossem mercadores, artesãos ou trabalhadores braçais, para garantir a geração de renda.

A Higiene Pessoal - Banhos 

Desmistificando a crença popular, as pessoas da Idade Média valorizavam o hábito de tomar banho, assim como acontece nos dias de hoje. No entanto, a dificuldade residia em encontrar água limpa, especialmente para aqueles nas classes sociais mais baixas. A importância do saneamento é inquestionável.

Imagem de gravura de mulher durante banho em banheira de madeira no castelo medieval


A própria banheira, uma espécie de imensa bacia de madeira, podia ser transportada de um cômodo para outro no castelo para a higiene pessoal. Embora distante de qualquer definição de higiene ou privacidade, pelo menos permitia algum alívio da sujeira do castelo.

A Escuridão e Frio do Castelo 

Os castelos assemelhavam-se a enormes porões desprovidos de isolamento. Originalmente concebidos como fortalezas em vez de residências, eram construídos principalmente em pedra fria. E as poucas aberturas de janelas mal permitiam a entrada da luz solar.

Os aposentos dos senhores e damas, com suas lareiras e janelas, eram os mais confortáveis. No entanto, os quartos dos servos frequentemente situavam-se no interior inferior dos castelos, frios e mal iluminados, tornando-se focos de doenças que prosperavam em ambientes úmidos e gelados.

A Constante Celebração e Entretimento dentro do Castelo Medieval

Nos castelos, a agitação era constante, seja em celebrações de festivais ou feriados, ou recepcionando nobres visitantes. Consequentemente, refeições excessivamente elaboradas eram mais regra do que exceção.

Para os cozinheiros, a preparação de banquetes ocupava o dia todo, sendo seguida por uma modesta refeição na cozinha. Enquanto isso, os anfitriões entretinham seus convidados em uma extensa mesa de madeira, com a disposição das pessoas de acordo com sua importância.

Imagem de gravura de um jantar no castelo com a disposição dos convidados e do senhor do castelo


Hierarquia à Mesa 

As refeições aconteciam no grande salão do castelo. E, como já citado, a colocação no salão refletia o status social. Contudo, o status não influenciava apenas o local onde se sentava, mas também determinava a comida à mesa.

O senhor, a dama, seus familiares e convidados eram servidos com pratos requintados, repletos de especiarias exóticas e ingredientes luxuosos. Em contrapartida, os servos observavam enquanto a elite desfrutava dessas iguarias, enquanto se contentavam com um ensopado ou torta na parte mais sombria da mesa.

Camponeses e Nobres

Mais de 85% dos habitantes das cidades eram camponeses e não tinham permissão para entrar nos castelos. Portanto, mesmo contribuindo com o trabalho na terra para os senhores e damas, eram responsáveis por providenciar alimento para suas famílias.

Imagem de gravura de servos trabalhando na cozinha de um castelo medieval


Os Senhores e Senhores do Castelo 

Os senhores e damas de um castelo desempenhavam o papel de governantes, o que incluía tomar decisões complexas regularmente e se envolver em negociações políticas intensas. Por essa razão, eles não podiam se dar ao luxo de cuidar de questões triviais, como preparar suas refeições ou manter o castelo em bom estado.

Por isso, cada castelo contava com uma grande equipe de servos, além das tarefas cotidianas de manutenção, esses servos também tinham que atender às demandas dos senhores, damas e famílias.

A Sutil Rotina da Limpeza em um Castelo Medieval

A busca constante pela limpeza no castelo, se assim se pode dizer, incluía o uso de juncos e ervas para cobrir o chão. Essas plantas absorviam os respingos indesejados e, esperançosamente, mascaravam alguns dos odores desagradáveis.

Trocar os juncos velhos por novos não era muito diferente de uma espécie de "limpeza", revelando os resíduos de cerveja, gordura, fragmentos, ossos, saliva, excrementos de animais e todo tipo de sujeira. Basicamente, onde quer que você pisasse no castelo, estaria em contato com uma camada de impurezas mal encobertas.

A Vida na Cozinha do Castelo

A preparação de alimentos era sempre realizada sobre fogo aberto, o que se tornava um desafio em edifícios cheios de madeira e feno. Na primeira metade da Idade Média, a maioria das cozinhas era construída em madeira, por razões ainda não plenamente compreendidas pela história.

Consequentemente, a ameaça constante de um incêndio causado por uma faísca solta durante o preparo das refeições estava sempre presente. Todas as refeições eram grelhadas.

Imagem de gravura de servos servindo os senhores e convidados durante jantar no castelo medieval


A Capela do Castelo Medieval

Cada castelo possuía uma capela interna para que os senhores e damas pudessem assistir à missa matinal. De fato, junto ao grande salão, a capela era uma das estruturas centrais do castelo, ao redor das quais tudo mais era organizado.

Em castelos particularmente suntuosos, a capela poderia possuir dois andares, permitindo que os anfitriões se acomodassem no piso superior e observassem os servos do alto.

Imagem foto de uma suntuosa capela



A Idade Média representava uma época desafiadora, em que até mesmo a perspectiva mais otimista de viver em um castelo era repleta de experiências desagradáveis.

Afinal, você ainda consideraria a ideia de viver em um castelo naquela época?

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Grande abraço e até nosso próximo encontro. Até lá!


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